Indignados com a morte de NegoVila Madalena, amigos e familiares pedem justiça
15 de dezembro de 2020
No dia da missa de 7º dia, amigos e familiares pediram punição ao responsável pelo assassinato: "era uma pessoa muito humana e agregadora", diz irmã de NegoVila
Desde o dia 28 de novembro, a Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, está inconformada com a morte de um de seus ilustres filhos: Wellignton Copido Benfati, o NegoVila, morto por um PM aos 40 anos.
O sargento da Polícia Militar Ernest Decco Granaro, 34 anos, é apontado como a pessoa que atirou e matou NegoVila durante uma briga na região de Pinheiro, na zona oeste da capital paulista.
No dia da missa de 7º dia, familiares e amigos ocuparam as ruas do bairro pedindo justiça no caso. “As coisas têm que mudar e tem que ser para agora. Tem que ser já”, desabafa a irmã de NegoVila, Tatiane Benfati.

Segundo reportagem da Ponte Jornalismo, o sargento Granaro, que segue preso, se envolveu em pelo menos dois outros casos de morte que estão sob investigação. Ainda, segundo o portal especializado em segurança pública, o promotor Rogério Leão Zagallo já ofereceu denúncia por homicídio qualificado de NegoVila e resistência, já que o sargento resistiu à prisão.
Nego Vila é um retrato da violência racista no país. Um levantamento divulgado no dia 9 de dezembro pela Rede de Observatórios da Violência indica que maioria dos mortos pelas polícias da Bahia, do Ceará, de Pernambuco, do Rio de Janeiro e de São Paulo, no ano passado, é negra.

Ainda de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, como mostra reportagem da Agência Brasil, em 2019, 74% dos homicídios no Brasil foram de pessoas negras e 79% dos mortos pela polícia também eram pessoas negras.