Karina Iliescu

O caminho das pedras

20 de abril de 2021

Documentário retrata queimadas criminosas e invasão ilegal na Serra do Itapetinga, patrimônio natural paulista, em meio à pandemia da Covid-19

São mais de 10 mil hectares de área preservada que formam o Parque Estadual do Itapetinga, que está localizado nos municípios de Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Mairiporã e Nazaré Paulista, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo.

Um desses pontos na Serra de Itapetinga, a Pedra Grande, considerado cartão postal de Atibaia, tem sido alvo de queimadas criminosas e invasões ilegais. É isso que retrata o documentário “O caminho das pedras”, contemplado pela Lei Aldir Blanc e lançado em abril deste ano.

Morador da região há 30 anos, Chaybe avalia que o fogo é criminoso e conta que, muitas vezes, são os moradores quem combatem as queimadas. “É muito difícil um incêndio acontecer do nada. Já aconteceu também de você subir e pessoas descerem correndo, entendeu?”, afirma.

A região tem um histórico de exploração ambiental, mas a situação piorou nos últimos anos por causa da especulação imobiliária, já que a cidade é uma estância turística.

O filme conta como a ação popular transformou a área em um patrimônio natural e retrata o processo de exclusão dos moradores da periferia local. “Atibaia foi construída de forma bem estranha. Porque já tem uma divisão entre o lado mais pobre, mais periférico, mais esquecido da sociedade, que é da ponte para cá. Mas esse é o povo da mão de obra de quem mora para o lado de lá”, afirma Paulo, morador do Caetetuba.